O policial civil Marcelo Jacomo caminhava no seu dia de folga pelas ruas de Botafogo. Ele estava sozinho, pois sua ex-esposa viajou com seus filhos e ele tinha a guarda compartilhada com ela.
Durante o caminho, reparou em um senhor que vinha caminhando em sua direção, olhando fixo nos seus olhos. O senhor mancava em uma das pernas como se estivesse machucado.
Quando finalmente o senhor chegou até ele, seu único gesto foi estender a mão no sentido de cumprimentar o policial. Marcelo, num gesto de educação, deu-lhe a mão e os dois se cumprimentaram em um aperto de mãos que durou por volta de uns 10 segundos. Apesar de ter achado tudo aquilo muito estranho, Marcelo nunca faria qualquer grosseria com ninguém, principalmente com um idoso.
Após o ocorrido, o policial seguiu seu caminho. Porém, depois de andar por alguns metros, olhou para trás e percebeu que o senhor o seguia de longe e caminhava normalmente, já sem nenhuma dor na perna que mancava. Logo, achou estranho, pensou em ir até o senhor, mas logo desistiu...Enfim, queria chegar logo em casa e faltava algumas quadras pra chegar até lá…
Durante a caminhada, reparou que algumas pessoas o olhavam com os olhos apavorados e logo saiam correndo gritando algo que ele não conseguia entender.. Outras faziam o sinal da cruz e começavam a rezar logo saindo com rapidez de perto dele.
Aquilo o deixou muito intrigado e cada vez mais assustado. Já olhava para todos os lados de uma forma aflita e logo em seguida, escutou um barulho grande próximo a ele. Quando ele olhou, viu um pneu de carro indo em sua direção. Só deu tempo de desviar com reflexo e mesmo assim, o pneu desgovernado raspou no seu ombro! Marcelo levantou-se feliz e aliviado por ter escapado daquele acidente inusitado.
Depois de averiguar que mais ninguém havia se machucado, o policial decidiu continuar sua caminhada para casa.
Após 5 minutos de caminhada Marcelo passava por um prédio que estava realizando obra de fachada. Quando estava passava exatamente abaixo dos andaimes, escutou uns gritos e quando olhou para cima, viu um enorme pedaço de reboco do prédio, caindo em sua direção. E mais uma vez, em um ato de reflexo, deu um salto para o lado e mesmo não tendo pego diretamente nele, quando o reboco caiu no chão, um fragmento se despedaçou e ainda acertou a perna do policial que logo caiu no chão urrando de dor:
-Ahhhhh..Como dói!!!
Mesmo com dor, ele olhou para cima e não viu mais ninguém na obra. Pensou em ir lá confrontar os funcionários mas a única coisa que fez, foi tentar gravar o nome da empresa responsável pela obra. Não estava aguentando de dor, ninguém se aproximava dele pra o ajudar. As pessoas simplesmente sumiram da rua.
O Policial levantou e começou a caminhar. Estava mancando. Queria ir em direção a um hospital ou pegar algum táxi pra ir até lá. Porém, ele reparou que ninguém estava mais na rua, ele estava sozinho, olhou para um prédio que ele estava passando e os vidros fizeram o efeito de espelhos e pode reparar uma coisa muito perturbadora: No seu reflexo no espelho, ele só via uma gárgula! Com asas pontiagudas enormes, pele marrom-acinzentada, chifres e olhos resplandecentes, pareciam chamas saindo de lá, porém, quando ele olhava pra ele mesmo, sem ser na imagem do vidro, tudo parecia normal.
Muito assustado, reparou q na mesma imagem, lá no fundo, o senhor que apertou a mão dele estava lá, só que o rosto dele, era de uma caveira enfurecida...Saindo chamas pelos olhos também.
Quando resolveu virar-se para olhar o outro lado da rua, deu de cara com a caveira já em cima dele, desferindo-lhe outro golpe que o levou direto pro chão.
Ele, já quase sem sentidos, reparou q o ser ficou por cima dele, e olhando fixamente pars os seus olhos, disse:
-A maldição agora é sua. Você viverá por milênios ceifando almas, sendo mensageiro da morte, acabando com a vida das pessoas pelas quais, a hora delas chegou.
E continuou…
-Mas para isso, você precisa fazer o ritual de passagem. Você precisa morrer agora!
E num relance de visão, Marcelo viu uma foice surgir na mão do homem-caveira que armou um golpe mortal para cima do policial e começou a pronunciar algumas palavras em um dialeto diferente.
Naquele momento Marcelo pensou ser o fim de sua vida. Pensou nos filhos e de como era sua vida. Tudo isso naquela fração de segundo. Diante da morte, ainda podemos fazer certas reflexões…
Quando a foice realmente desceu com força, o Policial despertou em sua cama dando um enorme solavanco. Mas ao mesmo tempo aliviado. Afinal, reparou que aquilo tudo tinha sido um pesadelo. O relógio da parede marcava 03:00 horas da manhã.
Em seguida, Marcelo olhou aterrorizado para sua perna machucada e reparou um pequeno corte no local e viu entre seus pés, no final da cama, o crânio de caveira que ele tinha em seu quarto, que usava para colocar velas e iluminar o ambiente, tinha essa mania desde jovem. O artefato estava lá, parecia olhar em direção aos seus olhos, sabe-se lá, como aquilo foi parar ali...
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